com um corte preciso nos lugares que ainda doem
você tem guardado todos os seus pontos fracos
quem melhor para mapea-los
do que você
por isso que doi mais
sangra mais
arde mais
quando é você falando
o conhecimento é amplo e as palavras de conforto são escassas
você brinca que é louca
que já foi louca
ri ao falar do pátio do hospicio onde ficou hospedada contra seu desejo
o musgo verde na parede, os bancos de cimento molhados
as pessoas tristes
seu cabelo roxo refletindo a pouca luz do sol que chegava ali
essa experiencia não é um tabu
todos já ouviram falar dela pelo menos uma vez
e você se pergunta se isso virou banal e ninguém olha para você como uma sofredora
mas como?
se, para você, suas batalhas internas são frescuras
sua personalidade é uma fraqueza
seu carater tem de ser melhorado
como? como alguem vai acreditar na sua dor?
novamente, você faz piada dela
não é nada
não é
mas algo está crescendo dentro do seu peito
o medo está tomando o caminho de volta à casa
e só você decide se o deixa entrar
ou se deixa a porta aberta e finge que não recebeu um hospede indesejavel
olhe
olhe para si mesma
não se banalize
veja a sua dor, não ria
ria se quiser, mas chore na mesma medida
porque sei que você quer chorar
e isso não te faz louca
na verdade, não tenha medo de ser louca
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