quarta-feira, 4 de novembro de 2020

[texto] .

Postado por Bianca Barion às 02:55 0 comentários

Como uma verdadeira patética, eu vivo como um fantasma 

Presa no topo de um castelo

Minto para mim que esses cômodos são tudo que o mundo tem a me oferecer

E que minha imaginação é a única que pode me satisfazer completamente

Eu não olho para fora

Não ouso abrir as janelas e a cortina pesada que cobre do teto até o fim dos meus olhos

Me faz, cegamente, escrever e com o som surdo das teclas eu me contento

Mentirosamente, me repito



quinta-feira, 22 de outubro de 2020

[TEXTO] nada faz sentido sem você

Postado por Bianca Barion às 22:33 0 comentários



Venha.

Eu queria te contar que os outros falavam.

Lançavam palavras. 

Você era o único que conversava. 

O som da sua voz era como os acordes da canção que eu nunca escutei.

Você tinha os olhos que questionavam, lábios que respondiam e a alma que confundia.

Eu, posta em frente ao meu devaneio excessivo, nunca teria imaginação suficiente para te criar.

Exista.

Porque minhas percepções andam mudando e eu quero achar um significado para tudo isso.

Mesmo que seja às 3 horas da manhã.

Você tem de vir, existir, falar e me fazer crer que nada é em vão.

Nem mesmo o maior sofrimento que minha carne já experimentou. 

Quero que você explique onde esteve.

E porque eu te projetei nas minhas noites de sono alucinógenas.

Tudo isso deve ter um motivo.

Eu preciso acreditar.

Ou morrer imaginando como seria. 



terça-feira, 6 de outubro de 2020

[TEXTO] ONTEM

Postado por Bianca Barion às 00:34 0 comentários



Ontem eu me senti adolescente. E mesmo sem ninguém me entregar esse título, nas profundezas de minha solidão, o eco me fez perceber. De alguma maneira eu era adolescente de novo. Meu corpo parecia se curvar de vergonha. Alguma coisa em mim não se encaixava, eu não pertencia àquele momento mais. Eu não podia pagar a conta do passado duas vezes, esse débito não cabia. O que eu havia aprendido havia sido jogado fora em alguma parte da minha formação? Pensara. Mas foi aí que o velho eu, que carrego desde criança, me contou que não era sobre regredir e sim encontra-se na mesma situação de anos anteriores e com a dureza do agora, agir de uma maneira diferente. Isso era crescer, sem nomeações de ciclos. 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

[TEXTO] legítimo

Postado por Bianca Barion às 00:17 0 comentários

soube que ontem nevou e o violeta de minha mão não pulsou em seu contato
isso porque eu não estava lá
ontem 100 pessoas morreram e por que a neve ainda permanece na minha cabeça?
as pessoas estão vivendo com a televisão ligada o tempo todo
os sons são banalizados
só espere eles esquecerem o que está acontecendo
quando um jovem de 24 anos foi infectado
pensava no porquê, ele também
a luz acaba, o corpo fica preso na escuridão do meio dia
a morte é legítima
e o que há no meio disso?
enquanto vivo, tristeza não se comprova








 

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