Suas noites que se banham de luz e que são refletidas nos olhos de quem passa
Os grandes letreiros de cores vibrantes
O som dos carros, o enorme caminho que levava daqui até a outra passagem
O farol verde que se abre, as pessoas que com pressa caminham, milhares de corpos em direção ao seu destino
A fumaça flavorizante que domina as esquinas
Tudo ainda estava fixado em mim
Eu implorava à vida que me levasse de volta a você
Aos braços de suas avenidas, às lojas que já contavam histórias
Aos cafés, ao sorvete com gosto de iogurte e melancia
Ao senhor que tagarelava do outro lado da rua enquanto as motocicletas passavam por mim em sua velocidade infinita
Nunca era entendido o que se falava por ali
Mas tudo era sentido na sua vasta beleza
Desejava viver podendo sentir seus sabores, seu ar, olhar suas curvas e caminhar por suas vias
Queria viver sabendo onde eu pertenço e onde meu corpo encontra espaço para se fundir com suas estruturas e assim me encontrar inteira
Me abraçando de novo, me receba com saudades e não permita que eu me vá novamente