Maria sentira falta de João.
O tamanho da sua saudade trazia para perto a tristeza. A
tristeza emaranhava-se e retorcia-se para perto da saudade.
E nesse jogo, o céu entristeceu-se com o choro de Maria e
começou a chorar também. A água da chuva regou as sementes do amor de Maria e
ali desabrocharam lindas flores. Flores para João.
O choro e a chuva pareciam aumentar ao contemplar tão belas
flores sem a presença de João. Maria queria mostrar todas suas flores a João.
Maria entrou em um barco e seu choro a levou até o sertão,
onde João estava. A chuva dera de beber a várias plantas e a população nunca se
vira tão feliz.
Feliz ficaria Maria se visse João.
Uma parte da cidadezinha ainda estava seca e a chuva e o
choro não conseguiam atravessar. Maria aproximou-se. João estava lá.
Não havia sementes para Maria. João nunca as plantou, nunca
as teve.
Todas as flores de Maria morreram, lá há 1000 km de distância.
A dor atravessava oceanos.
Oceanos que não se comparavam às lágrimas de Maria. E o
maior deserto não se comparava ao coração de João.
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