E hoje, especialmente hoje, a vontade que é maior que ontem
e menor do que amanhã, tornou a invadir os pequenos fragmentos de alguma coisa
que ousava-se a ser chamado de coração. A crença imbecil e incrédula, cheia de
fome de algo que nem posso tocar, o embuste que isso é para sempre. Isso que
não é possível de ver a olho nu, que torna a doer as vezes, que torna a sangrar,
mas nunca a morrer. O empecilho entre nós dois, ele se faz de cego diante dele o tempo
todo, ele, o sentimento. Ele que cresce acovardado, mas você o dá coragem, logo a
retirando. As mentiras que conta em tom de verdade. As verdades que conto em
tom de mentira. Imaginei-te deitado ao meu lado, alisando meu rosto, dizendo
nada. Só sentindo. Sentindo que sou a única no meio de tantas que nunca chegou
a te querer. E eu te quero. Quero com todas as fibras gastas do meu corpo, com
toda a minha paranoia, minha mania e loucura. Disse que não pode me mudar,
mas nem eu posso. Sou isso que você vê, essa bipolaridade disfarçada de
destreza e doçura, que te envolve forte, que traz você perto, mesmo estando
longe. Tão longe que nem reflito muito sobre. Sua voz atravessa quantos quilômetros
para chegar até meu ouvido? Aliás, quantos quilômetros um sentimento sobrevive?
domingo, 18 de janeiro de 2015
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