quinta-feira, 9 de julho de 2015

[TEXTO] EU NÃO ESQUECI

Postado por Bianca Barion às 17:22 0 comentários
E eu nego, eu escondo, desvio e até fujo. O que mais faço é fingir.
Não esqueci e muito menos parei de pensar.
O seu rosto pálido, costas nuas, peito nu que invade minha cama, sussurra baixo, como em um segredo, você sabe, eu ainda sinto falta.
Eu ainda choro.
Madrugo remoendo, refazendo, relembrando e me redirecionando a tudo aquilo que quero esquecer,
Que quero apagar.
Você.
Com suas sobrancelhas arqueadas, o toque sútil, o riso abafado.
A voz que cantava, que ria, que alegrava, aquela a qual quase já me esqueci.
Mãos entrelaçadas em direção à lua.
Lua essa que ilumina meu caminho.
Meu caminho que hoje faço só.
Só desejando suas mãos.
Mas eu nego, eu escondo, desvio e até fujo, sempre.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

[TEXTO] VOCÊ SABE QUANDO ESTÁ PRESTES A SE APAIXONAR

Postado por Bianca Barion às 03:46 0 comentários
Amar não vem com manual de instruções, isso já é de praxe, virou até clichê. Ele bate na sua porta, sim, mas nunca que ele dirá ‘’ ei, posso entrar?’’ e daí você vai olhar para a bagunça que já está lá dentro e poderá dizer ‘’ não, não, sem chance’’. Ao invés disso, o amor com a sua cara lavada e petulante vai falar ‘’ não vou ligar para a bagunça, não’’, porque é obvio, ele quer que se dane todo o furação que ele já causou nas últimas visitas. Você pode fazer uma fortaleza em volta de você, pode não abrir a porta ou até mudar de endereço. Não tem dessa, ele desmorona tudo que você construiu, ele dá um jeito de entrar ou até de te achar. Correr para ganhar tempo, mas nunca efetivamente para fugir.

E quando ele te acha, você ainda tentar se esconder e se esquivar, igual naqueles filmes de terror, mas sempre vai cair e ser pega. Você sabe que não pode, que não deve, que nunca daria certo ou até que é impossível por todos os motivos que possam ser listados. Quando é para sentir, você vai sentir.

Ou você pode simplesmente mentir a si mesmo. Fingir que não liga. Mas você começa a perceber que está percorrendo aquele caminho intimidador. Quando você dá por si, está pensando na pessoa mais do que devia. Porque pensar 23 horas e 59 minutos não é o que estava nos seus planos. E a tentativa de distrair sua cabeça para não focar naquela pessoa indesejada, são todas falhas. Porque até quando você está esquecendo ela, você está lembrando, e quando se dá conta, está criando situações no terrível lugar chamado mente que tem conexão direta com o coração. Você tenta e tenta, mas não consegue, porque é inevitável, está se apaixonando.

Quando uma coisa que você costumava fazer sozinha agora só tem graça se a pessoa estiver junto, porque se não estiver, você sabe, vai estar faltando algo. Algo muito grande. A leveza que aquela pessoa traz a essa situação, a esse lugar. A leveza que ela dá para a alma. Mas a ancora que ela se transforma repentinamente, te levando para baixo cada vez mais rápido. Cadê ela? Meu dia não tem graça sem eu poder compartilhar aquela coisa engraçada que aconteceu no almoço ou a tristeza que eu senti a noite.

Você começa a necessitar dela e a necessidade só leva a frustração. E não tem ninguém que saiba mais disso que você, mas quem disse que você tem o controle sobre o coração? Sobre o sentimento? Sobre o amor.

É, isso é só uma questão de tempo;
                                                                                 

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

[SELEÇÃO DE TEXTOS ANTIGOS] TUDO ACABOU

Postado por Bianca Barion às 00:11 1 comentários
   '' Normalmente, eu sempre escrevo alguma coisa enquanto acontece. E depois sempre me arrependo de ter escrito. Eu nunca tinha escrito nada a ele com medo de que acontecesse a mesma coisa. Fosse embora e o texto ficasse. Tudo que eu podia fazer para mantê-lo perto, eu faria. Mesmo que não fizesse muito sentido. Agora, escrevo esse texto depois do fim. Mas, eu penso às vezes, será que esse é o nosso fim mesmo? Me doí pensar que talvez seja. Algumas coisas acontecem na vida, e vão embora. Talvez esse seja o ciclo delas. Entraram na sua vida para durar pouco, mas pode acreditar, não estiveram ali por nenhum motivo. Tudo tem um porém, uma razão de acontecer. Eu me agarro nisso.  E sei que ele teve um motivo para ter passado na minha vida. Esse motivo ainda não é tão aparente, visível, que eu possa afirmar sem nenhuma dúvida. Você foi um acaso tão lindo, que é difícil acreditar que não teve um motivo. Eu me lembro, uma madrugada de terça-feira, e ele apareceu. Eu nunca mais vou ficar a madrugada toda falando com ele, ouvindo sua risada, que é a coisa mais linda do mundo. Seu sotaque gaúcho, e quando falava ‘’piá’’ e eu odiava essa gíria, mas comecei a gostar só porque ele falava, e me lembra a sua voz, o jeito que ele se importava, era a coisa mais linda que alguém já demostrou para mim. Eu me lembro dele sempre com um carinho e uma saudade que não cabe em mim. É uma pena que a distância exista e o amor não suportar ficar longe um do outro. Tudo ter um fim. Eu vou encontrar ele, eu sei que vou. Posso estar com uns 30 anos e viajando, e ele pilotando o avião. Ou, talvez, ele passe por mim em um desses encontros casuais, e eu nem o veja, mas meu coração sinta. Posso abraça-lo, ou nunca tocá-lo. O que tiver que ser, será, não é mesmo? Eu sou apenas uma adolescente que conheceu alguém num momento todo errado, mas essa pessoa tornou a situação perfeita. A primeira pessoa que disse que me amava, se importou, e disse o quão maravilhosa eu era. Mesmo não dizendo tudo em palavras, eu sentia em sua voz, na sua ternura e na maneira de agir. A última coisa que eu queria era fazê-lo sofrer, e se do modo que foi, era o melhor para ele, e para mim, eu não me importo. Só lamento a vida ser tão severa. A gente não sabe do futuro, nós não sabíamos que o passado ia ser assim. Aconteceu e acabou. E todo o tempo que durou foi maravilhoso. Eu sei que ele está aqui, e meu coração diz que aqui é o lugar dele. Uma rua, uma esquina, uma cidade, um país, quem sabe a gente não se olhe e lembre-se de tudo, ou só nós olharemos. Quem sabe, não é? O tempo faz esquecer promessas e desejos adolescentes.
Eu sempre vou lembrar-me de você, com todo o amor do mundo. Eu senti nosso amor, e ele foi uma brisa passageira, mas foi tão linda como algo presente.  Te levo comigo, até que um dia a vida te leve até mim. Se ela não levar, fica tranquilo, você sempre estará aqui, comigo. Obrigada por me fazer feliz madrugadas inteiras, e ainda terei muitos sorrisos ao lembrar de você, e lágrimas de ter acabado.'' 

Bem,
Um rapaz do Rio Grande do Sul me inspirou a fazer uma centena de milhares de textos. Não sei de onde tirava tanto sentimento, tanta história, tantas palavras. Como ele morava no Rio Grande do Sul e eu em São Paulo não deu certo, sendo que tudo isso durou apenas uma semana.

Sim, eu só tinha ‘’ convivido’’ com ele uma semana. E demorei 2 anos para superar isso.

O problema é que nunca na vida um menino havia sequer ligado para mim. No sentido figurado e literal da coisa mesmo, porque ele ligava para minha casa e eu passava horas falando com ele. Pra que usar Skype gratuitamente se a conta pode vir com mais de 3 dígitos? Também não sei.

Como disse em um texto anterior, tudo que é novo pode parecer a melhor coisa, tudo que é sentido pela primeira vez parece que vai durar para sempre. Foi assim que eu estava neste momento. Foi a primeira vez de tudo, a primeira vez de um ‘’ eu te amo’’ que com certeza não foi real. Quem ama alguém em questões de dias? Bem, eu nunca havia parado para pensar naquela época. E eu não me culpo, eu queria sentir o amor, e essa foi a única forma, uma forma errada. E a gente sempre vai começar da forma errada até chegar na certa. Se ele tivesse entrado na minha vida hoje, e viesse falando que me ama no segundo dia, eu já ia dizendo ‘’ epa, pera lá’’ porque eu não sou feita só de esperança e amor. Sou cheia de decepções, já vivi muito frio na barriga que depois virou enjoou, então não será qualquer coisa que me fará flutuar. Talvez seja ruim o peso que adquirimos durante a vida, mas também é bom porque não vamos sofrer por qualquer besteira de uma semana.

E eu sofri por longos 2 anos porque eu fiz uma projeção dele que não existia mais. Um menino doce, legal que estaria esperando por mim a vida toda. Quando nos encontrássemos, eu ia pular em seus braços e ele me giraria pelo aeroporto. É, eu imaginava assim, não me julgue.

Depois eu percebi que ele havia mudado completamente, não sentia mais nada por mim, se já chegou a sentir, né. Me tratava de qualquer jeito e não dava a mínima. Se eu fosse até sua cidade, eu teria de ir atrás dele e ele olharia com cara de ‘’ quem é você mesmo?’’

É, o efeito do maravilhoso e tenebroso tempo. Tudo mudou, todos os planos se desfizeram, e não me sinto mal, não. Vivi muito depois disso, conheci muitas pessoas também. É vida que passa. E se eu o ver um dia, será legal. Agradeço sim por ele ter me mostrado uma sensação que nunca havia entendido e nem vivido. Mas somos diferentes e seguiremos caminhos diferentes.

Pois é, desculpa, mas não sinto mais nada;



domingo, 18 de janeiro de 2015

[TEXTO] MIL QUILÔMETROS

Postado por Bianca Barion às 18:51 0 comentários
E hoje, especialmente hoje, a vontade que é maior que ontem e menor do que amanhã, tornou a invadir os pequenos fragmentos de alguma coisa que ousava-se a ser chamado de coração. A crença imbecil e incrédula, cheia de fome de algo que nem posso tocar, o embuste que isso é para sempre. Isso que não é possível de ver a olho nu, que torna a doer as vezes, que torna a sangrar, mas nunca a morrer. O empecilho entre nós dois, ele se faz de cego diante dele o tempo todo, ele, o sentimento. Ele que cresce acovardado, mas você o dá coragem, logo a retirando. As mentiras que conta em tom de verdade. As verdades que conto em tom de mentira. Imaginei-te deitado ao meu lado, alisando meu rosto, dizendo nada. Só sentindo. Sentindo que sou a única no meio de tantas que nunca chegou a te querer. E eu te quero. Quero com todas as fibras gastas do meu corpo, com toda a minha paranoia, minha mania e loucura. Disse que não pode me mudar, mas nem eu posso. Sou isso que você vê, essa bipolaridade disfarçada de destreza e doçura, que te envolve forte, que traz você perto, mesmo estando longe. Tão longe que nem reflito muito sobre. Sua voz atravessa quantos quilômetros para chegar até meu ouvido? Aliás, quantos quilômetros um sentimento sobrevive? 

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

[RESENHA 13] A LISTA DE BRETT

Postado por Bianca Barion às 00:00
 


A lista de Brett
Autora: Lori Nelson Spielman
Editora: Verus

Sinopse: Brett Bohlinger parece ter tudo na vida – um ótimo emprego como executiva de publicidade, um namorado lindo e um loft moderno e espaçoso. Até que sua adorada mãe deixa no testamento uma ordem: para receber sua parte na gorda herança, Brett precisa completar a lista de sonhos que escreveu quando era uma ingênua adolescente.
Deprimida e de luto, Brett não consegue entender a decisão de sua mãe. Seus desejos adolescentes não têm nada a ver com suas ambições de agora, aos trinta e quatro anos. Alguns itens da lista exigiriam que ela reinventasse sua vida inteira. Outros parecem mesmo impossíveis. Com relutância, Brett embarca numa jornada emocionante em busca de seus sonhos de adolescência.

A lista de Brett, mais um livro que fez minha bipolaridade alcançar níveis alarmantes. Eu adorei não adorando.

Pois bem, vamos lá. A querida mãe de Brett, Elizabeth, guardou uma lista de desejos da filha feita quando ela tinha apenas 14 anos. Depois de sua morte, vítima de um câncer, Elizabeth deixa como missão a Brett cumprir esta lista, e só assim terá acesso a herança deixada, tudo isso num prazo de um ano. Para acompanhar o processo, ela conta com o advogado Brad, que logo vira seu amigo.
No decorrer da história, contamos com grandes personagens, cada um com um impacto na vida de Brett. Andrew, seu namorado frio. Shelley, sua cunhada e amiga, o querido advogado Brad, sempre a apoiando. Entre outros personagens secundários.

O começo do livro é muito morno e parece que não vai levar a lugar algum. Conforme o desenrolar dele, começam a aparecer personalidades mais interessantes, desejos a serem cumpridos e isso dá um ‘’up’’ no contexto todo. Mas senti falta de alguma coisa, o livro tinha tudo para ser inesquecível e maravilhoso, mas foi apenas interessante na minha perspectiva.

O que deixou a desejar foi a narração. Eu não acreditei na Brett. Creio que quando você lê um livro você deve acreditar na personagem, a ponto de odiá-lo ou de amá-lo como se ela fosse real. Brett nunca foi real para mim, sempre a vi com o semblante da escritora atrás.

Acho que como sendo o primeiro livro de Lori, ela não soube manter muito a emoção e suspense. O livro é narrado em primeira pessoa e concordo que é uma leitura bem simples e fácil, creio que isso que me incomodou. O modo que ela descreve os fatos não me prendia em nenhum momento. Em algumas partes do decorrer da história, ela estregava o que iria acontecer logo em seguida. Como se você lesse em um livro de terror. ‘’Estou prestes a entrar nessa casa mega assustadora e com certeza encontrei um monstro enorme e terrível que vai saltar daquele armário que está com uma fresta aberta, com certeza ele vai sair dali’’. Isso só mostra que ao entrar na casa nada acontecerá, porque você já revelou a expectativa da personagem, e é claro para o leitor que os fatos não aconteceriam conforme ela, porque seria ridículo.

O livro é baseado no obvio para mim. O suspense não dura mais que um capítulo. Tudo bem que para quem leu se surpreendeu no final com alguma coisa, mas eu achei obvio. OBVIO, a palavra do dia.
Por parte, gostei do jeito que ela caminhou com a história e como Brett cresceu com tudo isso, e com as passagens que me emocionaram. Gostei também da criatividade da escritora no decorrer dos capítulos, mas nada além disso.

Para mim, um livro morno sem nada especial, apenas uma deliciosa história, mas que não prende em momento nenhum e que deixa muito pouco a palavra ‘’O que vem agora?’’ no ar.

Trecho favorito: ‘’ Mas onde fica exatamente a divisória entre coragem e arrogância, entre desejar o que é certo e esperar mais do que merecemos?’’ Pág. 336.







 

Inquieta Solidão Copyright © 2012 Design by Antonia Sundrani Vinte e poucos

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