quinta-feira, 28 de agosto de 2014
[TEXTO] ADEUS, SANTA MARIA
Parei numa rua qualquer, e a neblina não me deixava o ver. Havia uma risada familiar, soando pelas quinas, não parecia tão distante como de costume. O peso da mala começou a fazer doer minha coluna, enquanto minhas pernas estavam frouxas ao passar dos minutos. Não o via, mas eu estava risonha e vibrante. Então a risada parou de ecoar sozinha e se deu a uma companhia. Som esse que nunca ouvira antes e me entristeci. O seu dono apareceu, e mesmo com minha miopia e a ainda neblina pairando, eu sabia que era ele. Estremeci mais uma vez. Não via meus lábios dizendo que havia morrido todo santo dia até o momento de ouvir tua voz perto da minha. Não o vi dizendo que também me esperara. Não teve um grande reencontro, apenas o efeito do tempo. O motivo de sua risada não era mais meu e sim da moça ao teu lado. Cambaleei até ele, com lágrimas no olhar se atentando a cair. Apenas disse ‘’Um dia iríamos nos encontrar, não lembrastes?’’ O moço riu, enquanto se equilibrava na garota. De repente, nada mais restou ali. Ele não se lembrara. E nunca disseste que me amaria para sempre. Oh, boba eu, fazendo de meias palavras, um livro. Caçoei de mim e tomei o rumo de volta a casa. Como sempre, sem ele.
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quarta-feira, 13 de agosto de 2014
[RESENHA 13] ELEANOR&PARK
Eleanor&Park
Autora: Rainbow Rowell.
Editora: Novo século.
Sinopse: Eleanor & Park é engraçado, triste, sarcástico, sincero e, acima de tudo, geek. Os personagens que dão título ao livro são dois jovens vizinhos de dezesseis anos. Park, descendente de coreanos e apaixonado por música e quadrinhos, não chega exatamente a ser popular, mas consegue não ser incomodado pelos colegas de escola. Eleanor, ruiva, sempre vestida com roupas estranhas e “grande” (ela pensa em si própria como gorda), é a filha mais velha de uma problemática família. Os dois se encontram no ônibus escolar todos os dias. Apesar de uma certa relutância no início, começam a conversar, enquanto dividem os quadrinhos de X-Men e Watchmen. E nem a tiração de sarro dos amigos e a desaprovação da família impede que Eleanor e Park se apaixonem, ao som de The Cure e Smiths. Esta é uma história sobre o primeiro amor, sobre como ele é invariavelmente intenso e quase sempre fadado a quebrar corações. Um amor que faz você se sentir desesperado e esperançoso ao mesmo tempo.
Sinopse: Eleanor & Park é engraçado, triste, sarcástico, sincero e, acima de tudo, geek. Os personagens que dão título ao livro são dois jovens vizinhos de dezesseis anos. Park, descendente de coreanos e apaixonado por música e quadrinhos, não chega exatamente a ser popular, mas consegue não ser incomodado pelos colegas de escola. Eleanor, ruiva, sempre vestida com roupas estranhas e “grande” (ela pensa em si própria como gorda), é a filha mais velha de uma problemática família. Os dois se encontram no ônibus escolar todos os dias. Apesar de uma certa relutância no início, começam a conversar, enquanto dividem os quadrinhos de X-Men e Watchmen. E nem a tiração de sarro dos amigos e a desaprovação da família impede que Eleanor e Park se apaixonem, ao som de The Cure e Smiths. Esta é uma história sobre o primeiro amor, sobre como ele é invariavelmente intenso e quase sempre fadado a quebrar corações. Um amor que faz você se sentir desesperado e esperançoso ao mesmo tempo.
First things first:
Eu não estava a fim de fazer resenha sobre este livro da
Rainbow Rowell. Primeiro porque ele não é novidade e já tem milhares de
resenhas sobre ele. Mas daí eu as li e percebi: TODO MUNDO AMOU! Então eu
preciso dar minha opinião.
Eu não gostei nem um pouco (tá, talvez um pouquinho) da
história. Os personagens são bem construídos, isso eu não posso negar. Park tem
suas características próprias e fortes assim como Eleanor. Ela se veste
estranho, ela é estranha e tem uma família mais estranha ainda. Park é comum,
mas com um toque de único. Gostei do fato da vida de Eleanor ser atormentada e de
Park calma, fazendo eles serem bem diferentes, mas, em alguns aspectos, comuns.
O livro é dividido em PARK
ELEANOR
E não são eles quem narram e sim uma terceira pessoa em
ambas as situações, o que eu achei ruim e desnecessário. Às vezes você para e
pense ‘’ Agora é a vez de Park ou Eleanor?’’ Acho que Rainbow poderia ter
explorado mais o ponto de vista de cada um na narração. Mas quem sou eu para
falar de um best seller, não é mesmo?
O livro, para mim, não trouxe nada de novo. Eleanor e Park
vão no mesmo ônibus todos os dias para a escola. Sentam-se lado a lado, mesmo
Park não gostando muito da ideia.
‘’ - Sente-se aí – disse num tom agressivo.’’
Park sempre lia a caminho do colégio e Eleanor esticava o
pescoço para ler junto dele, sem Park perceber. Até que um dia ele percebe
de soslaio os olhares de Eleanor para os gibis. Então ele começa a emprestar algumas
coisas a ela, como fitas e livros, e ainda não trocam uma palavra.
Um dia Park se sente na obrigação de começar uma conversa.
Então conversam. Eleanor, como sempre, estranha. Ao rolar dos capítulos
conhecemos mais dela e sua vida, a qual é desastrosa. Seu padrasto é medonho e
mau. Sua mãe é submissa a ele, mas é uma boa pessoa. A mãe de Park é coreano e
tem um jeito engraçado de falar. Seu pai é o tipo mais mandão.
A história se desenrola de uma forma cansativa, com
repetidas ações. Tem alguns pontos
altos, mas nada de se surpreender. Não posso negar que as vezes dá um frio na
barriga, como você estivesse na cena, pois a escritora soube transparecer os
sentimentos muito bem, assim como tem bastante elementos engraçados na narração.
Finalizando, creio que a história poderia ter sido mais
explorada, faltou muito para se tornar única, para se tornar algo que não
queremos parar de ler. Só tenho a professar que é uma história bem comum de dois
apaixonados e com problemas ao transcorrer da leitura. Eu sei que podemos achar
um charme ali ou aqui em Eleanor &Park, mas não sei, faltou algo.
Sabe quando você quer chegar logo no final para ver se seus
14 reais gastos na promoção da saraiva valeram a pena? Bem, o final é ruim, sem
sentido.
Qual é a sua, Eleanor?
Trecho favorito (sim, tem): ''Ou talvez, pensou ele mais tarde, ele não reconhecesse todas as outras garotas. Do mesmo jeito que um computador cospe fora um disquete se não lhe reconheceu o formato. Quando tocou a mão de Eleanor, ele a reconheceu. Ele soube.'' Pág. 75.
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